Novo bastonário critica medidas do Governo para a Justiça
O novo bastonário da Ordem dos Advogados (OA), António Marinho Pinto, criticou, esta quarta-feira, diversas medidas do Governo para a Justiça, relacionadas com o novo regime do apoio judiciário, desjudicialização, acção executiva e reorganização do mapa judiciário. Declarações de Marinho Pinto, no discurso de posse, em que também frisou que a OA não terá «complexos em apoiar activamente as boas decisões que contribuam» para a modernização da Justiça e a sua «colocação efectiva ao serviço do Estado de Direito Democrático e dos cidadãos». Mas, diz Marinho Pinto, também não se inibirá de «criticar e combater com veemência as medidas contrárias aos fins da boa administração da Justiça». Marinho Pinto considera que o novo regime do apoio judiciário, aprovado pelo Governo, «não dignifica o patrocínio dos cidadãos que não têm recursos para contratar um advogado» e «não dignifica também o próprio Governo que o aprovou». «Os valores monetários estabelecidos como remuneração do patrocínio oficioso constituem uma ofensa à dignidade dos advogados e à dimensão constitucional do patrocínio forense», disse.
«É imperioso que o Governo e a Assembleia da República tomem medidas concretas com vista à dignificação do patrocínio forense, enquanto elemento essencial à boa administração da Justiça», acrescentou. As medidas de desjudicialização defendidas pelo Governo foram também criticadas pelo novo bastonário, para quem «não se dignifica a Justiça retirando-a dos tribunais». «A Justiça, a boa Justiça, administra-se nos tribunais por magistrados e advogados e não em repartições públicas por funcionários sem independência ou em centros privados de mediação de conflitos. «O processo de desjudicialização em curso mutila o Estado de Direito numa das suas dimensões essenciais e constitui um perigoso retrocesso civilizacional», defendeu. O novo bastonário diz ainda que é altura de se corrigir «os erros clamorosos resultantes da privatização da acção executiva (cobrança de dívidas e penhoras) a fim de se acabar de vez com os enormes prejuízos para a economia nacional e para os direitos dos credores em geral que resultou dessa privatização». «O Estado não pode entregar a privados a execução das decisões dos tribunais», advertiu. Diz ainda Marinho Pinto que é também altura de se evitar «as consequências nefastas de uma reorganização judiciária artificial e artificiosa (mapa dos tribunais), por que feita segundo um mapa elaborado por quem, seguramente, não compreende as finalidades constitucionais inerentes ao funcionamento do nosso sistema judicial».
In TVI, Online.
«É imperioso que o Governo e a Assembleia da República tomem medidas concretas com vista à dignificação do patrocínio forense, enquanto elemento essencial à boa administração da Justiça», acrescentou. As medidas de desjudicialização defendidas pelo Governo foram também criticadas pelo novo bastonário, para quem «não se dignifica a Justiça retirando-a dos tribunais». «A Justiça, a boa Justiça, administra-se nos tribunais por magistrados e advogados e não em repartições públicas por funcionários sem independência ou em centros privados de mediação de conflitos. «O processo de desjudicialização em curso mutila o Estado de Direito numa das suas dimensões essenciais e constitui um perigoso retrocesso civilizacional», defendeu. O novo bastonário diz ainda que é altura de se corrigir «os erros clamorosos resultantes da privatização da acção executiva (cobrança de dívidas e penhoras) a fim de se acabar de vez com os enormes prejuízos para a economia nacional e para os direitos dos credores em geral que resultou dessa privatização». «O Estado não pode entregar a privados a execução das decisões dos tribunais», advertiu. Diz ainda Marinho Pinto que é também altura de se evitar «as consequências nefastas de uma reorganização judiciária artificial e artificiosa (mapa dos tribunais), por que feita segundo um mapa elaborado por quem, seguramente, não compreende as finalidades constitucionais inerentes ao funcionamento do nosso sistema judicial».
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