segunda-feira, novembro 28, 2005

«Quem apagou a luz»

«Já percebi que nisto dos blogs o silêncio tem múltiplas potenciais explicações. Significa isso que para dizer "não tenho nada para dizer ou acrescentar" é preciso dizê-lo de "viva voz". O silêncio aqui é apenas isso: Como que em consequência de um murro no estômago, sinto falta de ar. E sinto também que falta dizer algo. Acima de tudo, falta FAZER algo. Já não basta cada um, no seu cubículo, fazer o melhor que pode e sabe pelo seu país. Sufoco! Talvez seja apenas a sensação de que nada depende de mim; nada depende de nós. Pelo contrário, estamos completamente nas mãos dos arrivistas políticos, à mercê de lógicas que não parece passarem pelo interesse do país, dos cidadãos. Não acredito que indivíduos no exercício das funções de ministro sejam ceguetas ou incompetentes; não com o burilado demagógico que as pessoas que actualmente exercem o cargo de ministro e de primeiro-ministro demonstram. Não pode ser incompetência: É um propósito. Qual, não sei. Esta estranha situação na e da justiça (para mais não dizer), que não está nas mãos de cada um de nós resolver, deixa-me capaz do melhor e do pior. Opto pelo melhor (?): Vou continuar a trabalhar o melhor que posso e sei. Para os amargos de boca, bebo uma agüinha das pedras. Lamento a escuridão institucional. Ou, como perguntava a *Sónia: "quem apagou a luz?"».
Xavier Ieri, In Excêntrico, 28/11/2005.

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