"Frase de Procurador é «patética», classifica Pedroso"
"O socialista considerou em entrevista à Sic que se existiram «resistências» na investigação do processo Casa Pia, os portugueses têm o direito de saber as circunstâncias. Deputado poderá regressar ao Parlamento em Outubro do próximo ano.
Paulo Pedroso considerou esta noite em entrevista à SIC que o Procurador-Geral da República, Souto Moura, não foi imparcial na condução do processo de pedofilia da Casa Pia. O deputado socialista reafirmou que quer apurar todas as responsabilidades nas alegadas falhas na investigação levada a cabo pelo Ministério Público (MP).
Citando o último acórdão do Tribunal da Relação, que confirmou a sua não pronúncia, Paulo Pedroso disse que é o próprio acórdão a considerar os métodos de investigação não compatíveis com um «processo penal moderno». «Eu acredito na justiça portuguesa e não ignoro que enquanto não se perceber com toda a clareza o que aconteceu naquela instituição, todas as pessoas que estão ligadas ao processo, vão ter uma espécie de nuvem a pairar. Mas eu não desisto».
«A tónica não está no período de indemnização. Estou à procura da verdade. A minha intenção é muito simples. O que aconteceu não é o que devia ter acontecido no funcionamento normal da justiça e pretendo apurar todas as responsabilidades», explicou o deputado.
Paulo Pedroso reconhece a necessidade de provar que existiram erros grosseiros na investigação, mas diz não ter dúvidas da existência de vários erros com essa mesma natureza. O socialista deu alguns exemplos de pistas que não foram investigadas, ou pelo menos não estão no processo, de relatórios que não foram levados em conta pelo MP, e de escutas alteradas.
Em relação ao Procurador-geral da República e às últimas declarações proferidas sobre o processo em que está ainda a decorrer julgamento, Paulo Pedroso considerou que a frase em que Souto Moura afirma que não foram entregues ao MP «indícios da cabala» é «patética. Essa frase é a inversão do ónus da prova. Fiquei à espera que fosse desmentida. Mas não foi». Quanto às «resistências» à investigação, apontadas também por Souto Moura, Pedroso é claro: «se existiram «resistências» na investigação do processo Casa Pia, os portugueses têm o direito de saber as circunstâncias».
O ex-ministro da Segurança Social acrescenta ainda a perplexidade com que viveu os últimos três anos e o tratamento dado pela justiça portuguesa. «Nunca fui informado do que era acusado. Se não foi perseguição a mim, então se isto acontece com outros casos então é um mal para o país. Não do sistema, mas de más práticas».
Paulo Pedroso disse ainda que sentiu do Presidente da República a solidariedade necessária e que por motivos profissionais só deverá voltar à Assembleia da República em Outubro de 2006".
In Portugal Diário, 15/12/2005.
Paulo Pedroso considerou esta noite em entrevista à SIC que o Procurador-Geral da República, Souto Moura, não foi imparcial na condução do processo de pedofilia da Casa Pia. O deputado socialista reafirmou que quer apurar todas as responsabilidades nas alegadas falhas na investigação levada a cabo pelo Ministério Público (MP).
Citando o último acórdão do Tribunal da Relação, que confirmou a sua não pronúncia, Paulo Pedroso disse que é o próprio acórdão a considerar os métodos de investigação não compatíveis com um «processo penal moderno». «Eu acredito na justiça portuguesa e não ignoro que enquanto não se perceber com toda a clareza o que aconteceu naquela instituição, todas as pessoas que estão ligadas ao processo, vão ter uma espécie de nuvem a pairar. Mas eu não desisto».
«A tónica não está no período de indemnização. Estou à procura da verdade. A minha intenção é muito simples. O que aconteceu não é o que devia ter acontecido no funcionamento normal da justiça e pretendo apurar todas as responsabilidades», explicou o deputado.
Paulo Pedroso reconhece a necessidade de provar que existiram erros grosseiros na investigação, mas diz não ter dúvidas da existência de vários erros com essa mesma natureza. O socialista deu alguns exemplos de pistas que não foram investigadas, ou pelo menos não estão no processo, de relatórios que não foram levados em conta pelo MP, e de escutas alteradas.
Em relação ao Procurador-geral da República e às últimas declarações proferidas sobre o processo em que está ainda a decorrer julgamento, Paulo Pedroso considerou que a frase em que Souto Moura afirma que não foram entregues ao MP «indícios da cabala» é «patética. Essa frase é a inversão do ónus da prova. Fiquei à espera que fosse desmentida. Mas não foi». Quanto às «resistências» à investigação, apontadas também por Souto Moura, Pedroso é claro: «se existiram «resistências» na investigação do processo Casa Pia, os portugueses têm o direito de saber as circunstâncias».
O ex-ministro da Segurança Social acrescenta ainda a perplexidade com que viveu os últimos três anos e o tratamento dado pela justiça portuguesa. «Nunca fui informado do que era acusado. Se não foi perseguição a mim, então se isto acontece com outros casos então é um mal para o país. Não do sistema, mas de más práticas».
Paulo Pedroso disse ainda que sentiu do Presidente da República a solidariedade necessária e que por motivos profissionais só deverá voltar à Assembleia da República em Outubro de 2006".
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