quinta-feira, março 09, 2006

Aumentam queixas de crimes informáticos

«A Polícia Judiciária investigou o ano passado 401 casos de crimes informáticos, mas o aumento exponencial de queixas, aliado à falta de recursos humanos, implicou a transição para 2006 de outras 450 participações.
Segundo Baltazar Rodrigues, da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira, nos últimos anos aumentou exponencialmente o número de casos participados e investigados, a maioria deles relacionados com acesso ilegal a dados, devassa da vida privada, pedofilia, burlas informáticas e de telecomunicações e falsificações de cartões de crédito. Em 2005, foram investigados 401 casos, mais 25 por cento em relação ao ano anterior. Devido principalmente à falta de recursos humanos, de acordo com o inspector da PJ, 450 situações ficaram por avaliar e transitaram para 2006.
As preocupações da PJ
Perante uma plateia de estudantes do Instituto Superior Técnico, durante uma sessão sobre Segurança Informática, o inspector referiu uma das preocupações da PJ em termos de criminalidade informática: o chamado "Phishing", que se baseia no envio de um correio electrónico (e-mail) fraudulento com o objectivo de obter códigos de acesso a dados financeiros. A Polícia Judiciária está também preocupada com a segurança do sistema Wireless (acesso à Internet sem fios) que pode ser usado, caso não existam sistemas de segurança informática, para entrar em instituições financeiras. A pirataria é também uma das áreas de investigação, assim como a extorsão via Internet que em 2005 começou a surgir em maior número. Relativamente ao ciberterrorismo, o inspector explicou que embora em Portugal não assuma proporções como noutros países, esta é uma área que não pode ser descurada e à qual a PJ está atenta.
As dificuldades nas investigações
Baltazar Rodrigues referiu como um dos entraves à investigação a falta de meios, apesar de reconhecer o esforço da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira para investir nesta área, assim como a falta de conhecimentos de alguns sectores na área da justiça. Ao contrário do que acontece na PJ, onde existem especializações na área da criminalidade informática, há outros sectores da Justiça, como os tribunais e o Ministério Público, que não têm conhecimentos especializados nesta área».
In SIC Online.

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