sábado, março 04, 2006

«Ministro aceita opções do director da Judiciária»

«O ministro da Justiça concordou com os cinco objectivos apresentados pelo director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Santos Cabral, para alcançar em 2006. A proposta, a que o responsável máximo da PJ está obrigado, por resolução do Conselho de Ministros, foi despachada favoravelmente por Alberto Costa a 24 de Fevereiro, cerca de mês e meio depois da apresentação do documento. Entre os cinco objectivos propostos está a conclusão de todos os inquéritos referentes a 2003 ou anos anteriores e que se encontram atrasados e a redução em 50% dos processos referentes ao ano de 2004. De acordo com a carta entregue por Santos Cabral a Alberto Costa, a que o JN teve acesso, o director da PJ põe o ministro a par de mais quatro objectivos. A "implementação da estrutura de resposta à ameaça terrorista" e o reforço da cooperação operacional com os homólogos europeus, Argélia e Marrocos, são outras duas opções. As restantes, enunciadas em primeiro lugar no documento, a seguir à eliminação das pendências processuais, têm a ver com o redimensionamento do sistema de informação interno da PJ, de forma a garantir "sinergias" no combate à grande criminalidade. Este objectivo alia-se à preocupação pela implementação de sistemas fiáveis e flexíveis de comunicação "entre os diversos órgãos de polícia criminal". "Visto. Concordo com os objectivos enunciados. 22.1.06 Alberto Costa", escreveu, em despacho, o ministro da Justiça. Santos Cabral foi ontem confrontado com a interpretação, avançada pelo DN, de que esta enumeração de prioridades implica a exclusão do crime económico do centro das preocupações. Porém, o director da PJ esclareceu que os cinco objectivos são avançados na perspectiva da "gestão organizacional" e não no âmbito de "prioridades de investigação criminal". De igual modo, ao não referir outro tipo de criminalidade, além do terrorismo, a PJ não está a excluir os crimes de roubo, tráfico de droga ou fogo posto.
Ministros obrigam a declaração
Todos os serviços e organismos da Administração directa do Estado passaram a estar obrigados, desde 7 de Dezembro do ano passado, a declarar todos os anos "três a cinco objectivos prioritários" ao Governo. A resolução do Conselho de Ministros, que abrange o órgão máximo da Polícia Judiciária (PJ) insere-se numa "gestão por objectivos" feita no âmbito do Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração Pública (DIADAP), criado em Março de 2004 para melhor avaliar o desempenho dos trabalhadores. A PJ está obrigada a apresentar os seus objectivos enquanto aguarda a aprovação de regulamentação específica para os seus funcionários, no que toca à avaliação pretendida pelo Governo».
In Jornal de Notícias, 04/03/2006.

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