«Crime de terrorismo é o único que consta do despacho de director da PJ»
«O director nacional da Polícia Judiciária está obrigado, por força de uma resolução do Conselho de Ministros, a definir "três a cinco objectivos prioritários" para o ano de 2006. Apesar de estes estarem relacionados com objectivos de gestão, foi o próprio Santos Cabral que incluiu o combate ao crime de terrorismo (deixando outros de fora) no documento. O director nacional da PJ afirmou que o despacho, revelado ontem pelo DN, diz respeito a prioridades de gestão e não a prioridades na investigação criminal. Porém, esta distinção não convenceu. Durante o dia de ontem, alguns responsáveis da PJ desdobraram-se em explicações sobre o despacho do director nacional. À TSF, Santos Cabral fez a distinção entre as prioridades da investigação criminal e as prioridades da gestão. Um raciocínio que não convenceu o deputado socialista Ricardo Rodrigues (ver reacções) e parlamentar do Bloco de Esquerda, Fernando Rosas, que solicitou a presença do ministro da Justiça, Alberto Costa, na Assembleia da República para prestar mais esclarecimentos. Porque, para o deputado, a distinção feita pelo director nacional da PJ é "no mínimo obscura". Para o antigo director da PJ, Fernando Negrão, é "estranho" que na definião de objectivos de gestão apenas se inclua o combate ao terrorismo. Também o PCP vai pedir mais esclarecimentos ao Executivo. "O Governo anuncia que é sua prioridade este combate, mas hoje ficamos a saber que a Polícia Judiciária deixou de ter como prioridade o crime económico", criticou o deputado comunista Honório Novo, considerando que "não bate a bota com a perdigota". Já em declarações à SIC e à TVI, o director-adjunto Paulo Rebelo garantiu que o facto de apenas o terrorismo constar dos objectivos, tal não implica um relaxamento no combate ao crime económico. Também o ministro da Justiça, que recebeu e homologou o despacho de Santos Cabral, garantiu que a investigação à criminalidade económica não iria esmorecer. Fonte da PJ adiantou ao DN que o facto de o terrorismo ser o único crime mencionado no despacho de Santos Cabral poderá estar relacionado com um reestruturação na Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB), departamento competente para a investigação deste crime.
Porém, no início deste ano houve também uma reestruturação na Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF), mas o crime económico não consta dos objectivos. Aliás, o processo foi de tal forma conturbado que originou um profundo mal estar naquele departamento da PJ. Em consequência disto, o inspector-chefe, com mais de 20 anos de experiência no combate ao crime económico, que tinha em mãos os processo "Portucale" - que diz respeito a alegadas práticas de tráfico de influências na aprovação de um empreendimento do Grupo Espírito Santo - pediu transferência para a Directoria de Lisboa. O que lhe foi concedido num par de dias. Cauteloso nas reacções foi Carlos Anjos, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC). "Não quero acreditar que o crime económico tenha deixado de ser prioridade para a PJ. O próprio director da PJ e os membros do Governo dizem que se tem de atacar nessa área e têm de se optimizar recursos", disse Carlos Anjos. Fonte da PJ adiantou ao DN que a distruição pelos diversos departamentos de 60 inspectores estagiários, prevista para o início do mês de Abril, irá permitir uma avaliação quanto às prioridades».
In Diário de Notícias.
Porém, no início deste ano houve também uma reestruturação na Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF), mas o crime económico não consta dos objectivos. Aliás, o processo foi de tal forma conturbado que originou um profundo mal estar naquele departamento da PJ. Em consequência disto, o inspector-chefe, com mais de 20 anos de experiência no combate ao crime económico, que tinha em mãos os processo "Portucale" - que diz respeito a alegadas práticas de tráfico de influências na aprovação de um empreendimento do Grupo Espírito Santo - pediu transferência para a Directoria de Lisboa. O que lhe foi concedido num par de dias. Cauteloso nas reacções foi Carlos Anjos, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC). "Não quero acreditar que o crime económico tenha deixado de ser prioridade para a PJ. O próprio director da PJ e os membros do Governo dizem que se tem de atacar nessa área e têm de se optimizar recursos", disse Carlos Anjos. Fonte da PJ adiantou ao DN que a distruição pelos diversos departamentos de 60 inspectores estagiários, prevista para o início do mês de Abril, irá permitir uma avaliação quanto às prioridades».
In Diário de Notícias.
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