«Casa Pia: PGR afirma que houve «resistências à investigação»»
«(...) Iinquérito não foi o ideal, mas o possível "com os condicionalismos que havia na altura". Souto Moura responde ainda aos socialistas que afirmam existir "uma cabala contra o PS": tragam as provas.
O procurador-geral da República admitiu hoje que a investigação do processo Casa Pia "não foi a ideal", devido a "resistências de todos os lados" e indicou nunca ter recebido provas de ter havido uma cabala política contra o PS.
Em declarações à Agência Lusa, Souto Moura respondeu assim à anunciada intenção do ex-deputado socialista Paulo Pedroso de processar os responsáveis pela investigação do processo Casa Pia pela sua alegada implicação em crimes de abusos sexual de crianças.
Quando em Maio de 2003, Paulo Pedroso - que sempre clamou inocência - foi envolvido no processo Casa Pia, o então secretário- geral socialista, Eduardo Ferro Rodrigues, afirmou que se tratava de uma "montagem" destinada a prejudicá-lo, a Pedroso e ao PS.
"Quem tiver elementos que possam minimamente sustentar uma cabala que mos tragam", afirmou hoje à Lusa o PGR, questionando: "Se continuam a afirmar a inocência e a dizer que isto é tudo uma construção e uma cabala porque é que em três anos nunca me trouxeram elementos por onde eu pudesse puxar para confirmar essa tese?".
Segundo Souto Moura, existem "milhares de militantes e simpatizantes do PS e milhões de pessoas que estão interessadas em saber a verdade".
Paulo Pedroso anunciou hoje a intenção de processar os responsáveis "na condução da investigação" da sua alegada implicação nos alegados crimes de abuso sexual de crianças no âmbito do processo Casa Pia.
"Sei que quem conduziu o inquérito judicial a meu respeito agiu sem presumir sequer a possibilidade da minha inocência", acusa, lembrando que o inquérito foi "avocado pelo próprio Procurador-geral da República".
Na segunda-feira, o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa que manteve a decisão de não levar Pedroso a julgamento transitou em julgado, depois de terem cessado todos os prazos legais para recurso, o que encerrou o processo relativamente a Paulo Pedroso.
Sobre a investigação do MP, Souto Moura assume alguns erros na sua condução, mas sublinha que foi feito o melhor possível.
"Não foi a investigação ideal, mas foi a possível com os condicionalismos que havia na altura. Acho que se fez uma obra notável porque se lutou contra resistências que vinham de todos os lados. Foi extremamente árduo", afirmou.
Souto Moura admitiu que a investigação do processo Casa Pia foi rodeada de vários condicionalismos e quando surgiram os nomes de algumas "pessoas com poder, ninguém mais quis saber das crianças" da instituição, alegadamente vítimas de abusos sexuais.
"Quando surgiu a notícia no jornal Expresso (23 de Novembro de 2002) o país tremeu de alto a baixo, a Assembleia da República levantou-se em protesto, o governo e o Presidente da República manifestaram-se. A partir do momento em que se começaram a detectar suspeitas em pessoas com poder, ninguém mais quis saber das crianças, nunca mais se falou do escândalo da Casa Pia, a preocupação foi dizer que a investigação foi disparatada", acusou.
Em relação à equipa de procuradores escolhida para investigar o caso, o PGR considera que foi "uma opção mais que natural".
"Tinha a máxima confiança na equipa, porque se tratava de um procurador e de duas procuradoras-adjuntas que estavam na secção da Direcção de Investigação e Acção Penal (DIAP) e que há anos não fazia outra coisa senão investigar crimes de abuso sexual. A minha opção foi mais que natural", disse.
Assumindo que a investigação "não foi a ideal", Souto Moura considera que a equipa de investigadores fez uma "obra notável porque teve de lutar contra resistências que vinham de todos os lados".
"A equipa do Ministério Público fez um trabalho notável de persistência, capacidade de trabalho e de selecção", sublinhou.
Souto Moura afirma que está "de consciência tranquila", mas reconheceu que cometeu alguns erros que contudo não alteraram o resultado final da investigação».
In Portugal Diário, 06/12/2005.
O procurador-geral da República admitiu hoje que a investigação do processo Casa Pia "não foi a ideal", devido a "resistências de todos os lados" e indicou nunca ter recebido provas de ter havido uma cabala política contra o PS.
Em declarações à Agência Lusa, Souto Moura respondeu assim à anunciada intenção do ex-deputado socialista Paulo Pedroso de processar os responsáveis pela investigação do processo Casa Pia pela sua alegada implicação em crimes de abusos sexual de crianças.
Quando em Maio de 2003, Paulo Pedroso - que sempre clamou inocência - foi envolvido no processo Casa Pia, o então secretário- geral socialista, Eduardo Ferro Rodrigues, afirmou que se tratava de uma "montagem" destinada a prejudicá-lo, a Pedroso e ao PS.
"Quem tiver elementos que possam minimamente sustentar uma cabala que mos tragam", afirmou hoje à Lusa o PGR, questionando: "Se continuam a afirmar a inocência e a dizer que isto é tudo uma construção e uma cabala porque é que em três anos nunca me trouxeram elementos por onde eu pudesse puxar para confirmar essa tese?".
Segundo Souto Moura, existem "milhares de militantes e simpatizantes do PS e milhões de pessoas que estão interessadas em saber a verdade".
Paulo Pedroso anunciou hoje a intenção de processar os responsáveis "na condução da investigação" da sua alegada implicação nos alegados crimes de abuso sexual de crianças no âmbito do processo Casa Pia.
"Sei que quem conduziu o inquérito judicial a meu respeito agiu sem presumir sequer a possibilidade da minha inocência", acusa, lembrando que o inquérito foi "avocado pelo próprio Procurador-geral da República".
Na segunda-feira, o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa que manteve a decisão de não levar Pedroso a julgamento transitou em julgado, depois de terem cessado todos os prazos legais para recurso, o que encerrou o processo relativamente a Paulo Pedroso.
Sobre a investigação do MP, Souto Moura assume alguns erros na sua condução, mas sublinha que foi feito o melhor possível.
"Não foi a investigação ideal, mas foi a possível com os condicionalismos que havia na altura. Acho que se fez uma obra notável porque se lutou contra resistências que vinham de todos os lados. Foi extremamente árduo", afirmou.
Souto Moura admitiu que a investigação do processo Casa Pia foi rodeada de vários condicionalismos e quando surgiram os nomes de algumas "pessoas com poder, ninguém mais quis saber das crianças" da instituição, alegadamente vítimas de abusos sexuais.
"Quando surgiu a notícia no jornal Expresso (23 de Novembro de 2002) o país tremeu de alto a baixo, a Assembleia da República levantou-se em protesto, o governo e o Presidente da República manifestaram-se. A partir do momento em que se começaram a detectar suspeitas em pessoas com poder, ninguém mais quis saber das crianças, nunca mais se falou do escândalo da Casa Pia, a preocupação foi dizer que a investigação foi disparatada", acusou.
Em relação à equipa de procuradores escolhida para investigar o caso, o PGR considera que foi "uma opção mais que natural".
"Tinha a máxima confiança na equipa, porque se tratava de um procurador e de duas procuradoras-adjuntas que estavam na secção da Direcção de Investigação e Acção Penal (DIAP) e que há anos não fazia outra coisa senão investigar crimes de abuso sexual. A minha opção foi mais que natural", disse.
Assumindo que a investigação "não foi a ideal", Souto Moura considera que a equipa de investigadores fez uma "obra notável porque teve de lutar contra resistências que vinham de todos os lados".
"A equipa do Ministério Público fez um trabalho notável de persistência, capacidade de trabalho e de selecção", sublinhou.
Souto Moura afirma que está "de consciência tranquila", mas reconheceu que cometeu alguns erros que contudo não alteraram o resultado final da investigação».
Sem comentários:
Enviar um comentário