sábado, janeiro 07, 2006

«Garcia diz que a justiça criou um clima pidesco em Portugal»

«Garcia Pereira disse, ontem, em Bragança que se vive em Portugal "um clima pidesco" em que a Justiça faz "o linchamento público de cidadãos incómodos", acrescentando que o Ministério Público é um Estado dentro de outro que ninguém controla o seu poder de investigação, nem o de arquivar processos por crimes públicos, nem a duração dos processos. O candidato a presidente da República revelou, que o Ministério Publico arquivou o processo de Alfredo Pequito, em que ele próprio está envolvido. Escusando-se a prestar mais esclarecimentos, referiu que a seu tempo serão dadas mais explicações e deixou claro que se pronunciou como cidadão, não como advogado, e como candidato "incapaz de tolerar mais campanhas de assassinato civil de cidadãos". O candidato acrescentou que a acusação fez passar para a Comunicação Social a ideia que o próprio Alfredo Pequito era o responsável pelas ameaças que recebeu, bem como pelas ameaças ao advogado. Referiu-se a outros nomes que considera terem sido assassinados politicamente e civilmente, nomeadamente Ferro Rodrigues, Fernando Negrão e, nos últimos tempos, Paulo Portas. Situações que o levam a dizer que Portugal "não é um Estado de direito e o presidente da República tem algo a ver com isto", acusou, afirmando que Jorge Sampaio não tomou posição quando o processo da Casa Pia serviu para assassinar publicamente algumas pessoas. Garcia Pereira, que se assumiu como o único candidato que tem coragem para denunciar a corrupção que grassa no país, admitiu que a sua candidatura não vai ganhar porque não tem financiamentos, nem uma máquina poderosa por trás. A candidatura, lembrou Garcia Pereira, foi quase ignorada, inclusive por Jorge Sampaio, a quem acusou de se manter "mudo e quedo, e mostra que tenciona lavar as mãos como Pilatos", sublinhou.»
In Jornal de Notícias, 07/01/2006.

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