quarta-feira, janeiro 11, 2006

«Inspectores da PJ em greve por sectores durante três meses»

«Cada departamento ou direcção central irá parar um dia por mês em protesto contra as recentes alterações decretadas pelo Governo respeitantes ao acesso aos serviços sociais, explicou fonte sindical.
Os inspectores da Polícia Judiciária (PJ) vão fazer uma greve geral por sectores entre os meses de Fevereiro e Abril contra as recentes alterações governamentais no acesso aos serviços sociais, disse hoje à Lusa fonte sindical.
«Vamos fazer uma greve sectorial em protesto contra as alterações que o Governo introduziu no acesso aos serviços sociais e à aposentação», disse à agência Lusa Carlos Anjos, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC).
Durante a paralisação, cada departamento ou direcção central da PJ irá parar um dia por mês.
De acordo com o sindicalista, na próxima quinta-feira será apresentado o «pacote completo» de luta contra as medidas do Governo.
«Além da apresentação da greve sectorial, vamos apresentar outras formas de luta como a greve às horas extraordinárias e a impugnação judicial dos diplomas do Governo», explicou o responsável.
A notícia da paralisação foi avançada hoje pelo Público, que escreve que a greve sectorial poderá inviabilizar centenas de investigações, nomeadamente as que se reportam à criminalidade económico-financeira, ao tráfico de droga e ao terrorismo.
Entretanto, cerca de 1.400 efectivos do quadro de investigação criminal da Polícia Judiciária vão iniciar na próxima segunda-feira uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até ao final de Janeiro, trabalhando só entre as 09:00 e as 17:30.
De acordo com o Público, este protesto inviabiliza centenas de acções policiais, sobretudo escutas telefónicas, buscas domiciliárias, execução de mandatos de detenção e acompanhamento de suspeitos aos tribunais.
"Ontem (segunda-feira) entregámos em tribunal um pedido para impugnar judicialmente os novos diplomas do Governo sobre serviços sociais e as novas regras de aposentação", anunciou Carlos Anjos.
Esta medida deveu-se, segundo o sindicalistas, porque o Governo agiu de "má fé" e violou a lei da negociação.
"Não admitimos que o Governo seja mentiroso. Houve um acordo negocial sobre essas matérias e, depois disso, o Governo alterou os diplomas sem nos dar a conhecer essas alterações", explicou à Lusa Carlos Anjos.
O presidente da ASFIC disse ainda que os diplomas foram aprovados e publicados no dia 30 de Dezembro com data marcada para entrar em vigor a 01 de Janeiro».
In Portugal Diário, 11/01/2006.

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