sexta-feira, março 03, 2006

« Adesão quase total à greve na PJ»

«A greve sectorial dos funcionários de investigação criminal da Polícia Judiciária registou ontem adesão total na extensão de Vila Real e de 90 por cento na Directoria do Porto. De acordo com o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC), Carlos Anjos, apenas 12 dos 250 funcionários daquelas duas unidades da Polícia Judiciária se apresentaram ao serviço. “Está tudo parado”, afirmou o responsável sindical. Em causa estão melhores condições salariais, sociais e de trabalho, nomeadamente no que se refere ao acesso aos serviços sociais do Ministério da Justiça, aposentação, disponibilidade e pagamento de horas extraordinárias. Destaque-se que a greve no Porto e em Vila Real inseriu-se numa acção de protesto que desde o início de Fevereiro e até Abril prevê a realização de paralisações sectoriais por todo País em determinados dias da semana.
Segundo Carlos Anjos, saíram nos últimos meses da Polícia Judiciária mais de 200 pessoas e o pessoal de investigação criminal está, neste momento, reduzido a cerca de mil e duzentos elementos, o que preenche apenas 40 por cento das vagas do quadro da Judiciária. Com o pessoal a “diminuir”, a situação “agrava-se”, disse o presidente da ASFIC, alegando que há “um aumento da exigência de trabalho” e que aos funcionários de investigação criminal são exigidas mais horas de trabalho sem o respectivo pagamento. Recorde-se que na véspera da primeira greve, que ocorreu a 1 de Fevereiro, o ministro da Justiça, Alberto Costa, considerou que o protesto, “do ponto de vista do Governo, não tem justificação”, mas adiantou que o Executivo “reconhece os direitos dos trabalhadores” e “não discute legitimidade” da acção».
In O primeiro de Janeiro, de 03/03/2006.

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